domingo, 23 de junho de 2013

L.

A casa dele é uma desarrumação, tem roupa e sapatos por todo o lado. Há cinzeiros por toda a parte e cigarros por todo o lado. 
Entrar no quarto dele é uma aventura, eu já nem me preocupo em pisar as trinta mil t-shirts que estão no chão. 
O problema é esse, o problema é que eu já sabia os cantos todos da casa, mesmo no meio da confusão que é uma casa de um rapaz de 29 anos que vive sozinho. Já sei onde estão as t-shirts e os calções para eu usar como pijama, ja sei onde está tudo na cozinha mesmo que a maioria das coisas estejam sempre  no lava louça, para lavar. 
Vou ter saudades de tudo, da desarrumação, do barulho do relógio dele enquanto tento adormecer.
Vou ter saudades dele me dizer 'aquele é o teu lado da cama', e o problema é esse, é que mesmo que desde sempre tenhamos combinado que íamos evitar estar muito juntos porque sabíamos que o dia de eu voltar para Portugal ia chegar, mesmo com esse 'acordo' feito, estivemos juntos a vezes suficientes para que hoje estivesse sido perfeito.
Dormi na casa dela, no meu lado da cama, na desarrumação que é tão dele. Acordamos e fomos comprar comida, fizemos um pic nic, voltamos a casa e vestimos o bikini/calções. Os amigos que tanto ouvi falar (dois deles ja conhecia), ligaram para irmos para a 'praia'. Pela primeira vez fomos todos juntos, pela primeira e pela ultima vez. 
Para mim e para ele foi especial, não dissemos nada mas quando ele olhava para mim e sorria, eu sabia que ele também estava a sentir o mesmo. 
Eram oito da noite, decidimos ir embora, eu tinha de ir ter com umas amigas, ele ia jantar com a família. Deu-me um beijinho na bochecha disse-me 'aurevoir', virei costas e fui embora, eu e as lagrimas na minha cara. 

Sou grata por o ter na minha vida, sou grata pelas noites em que dormimos os dois agarrados e de mãos dadas, sou grata pelo sorrisos que trocamos sem que nos fosse preciso dizer absolutamente nada. 
Sou grata por o ter conhecido, sou grata por saber que eu também levei magia para a vida dele. 
Nao me sei despedir dele, nao sei porque nao sei quando o vou voltar a ver. 
Eu sei que ele é o homem da minha vida, e eu sei que sou a mulher da vida dele. Prometi a mim mesma que isto nao é a ultima vez que o vejo, e nao vai ser. 


Desculpa nao me ter despedido de ti como merecias, mas se fossemos normais nao seriamos nos. 

Merci mon cherrie, ma vie est belle chez toi. 
Je t'aime de tout mon cour. 

(As lagrimas caem, nao te queria perder a ti também ... O dia de dizer Adeus chegou) 

M.

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